São Gabriel de Nossa Senhora das Dores

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Nascimento e Chamado à Vocação Religiosa

Nascido na cidade de Assis, Itália, Francisco Possenti recebeu o seu batismo em sua terra natal. Aos quatro anos de idade, perdeu sua mãe, e desde então, foi criado em Colégios Católicos, enquanto seu pai, governador do Estado Pontifício, o levava a mudar frequentemente de residência.

Destacando-se desde jovem, Francisco era reconhecido por sua brilhante mente e suas habilidades, sendo um excelente aluno, além de possuir uma beleza e educação notáveis. Admirado por colegas e amigos, era também um exímio bailarino e apreciador do teatro e da literatura. Desde a infância, nutria uma forte atração pela vida religiosa, ainda que se sentisse dividido entre os prazeres mundanos e essa vocação espiritual.

Conversão e Vida Religiosa

A adolescência trouxe-lhe novos desafios com a perda de sua irmã para a cólera, o que o levou a refletir sobre a transitoriedade das alegrias terrenas e a considerar novamente a vida religiosa, apesar das desmotivações paternas. Foi durante uma procissão Mariana, em 1856, que Francisco teve uma revelação, sentindo-se chamado por Nossa Senhora a seguir sua vocação. Pouco tempo depois, aos 18 anos, deixou a cidade de Spoleto.

Ingressando na Congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por São Paulo da Cruz, Francisco adotou o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, em homenagem à sua devoção mariana. Sua espiritualidade foi profundamente marcada pelo amor a Jesus Crucificado e à Virgem Dolorosa.

Luta Contra a Doença e Morte

Aos 23 anos, Francisco enfrentou o diagnóstico de tuberculose, suportando as dores físicas com resignação, unindo suas próprias aflições à Paixão de Jesus, de quem era devoto. No leito de morte, consciente de sua finitude, reconheceu humildemente que seus méritos eram as chagas de Cristo. Faleceu em 27 de fevereiro de 1862, aos 24 anos.

 

O mito do herói armado

Desmistificando a história de São Gabriel 

Há uma história recorrente entre os católicos que atribui a São Gabriel de Nossa Senhora das Dores um ato heroico em um confronto armado. No entanto, essa narrativa carece de qualquer fundamento histórico e é uma lenda fantasiosa.

Contexto da História

A suposta proeza de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores ocorreu em 1860, após a batalha de Castelfidardo, quando cerca de vinte mercenários associados ao exército de Garibaldi invadiram a cidade italiana de Isola com o objetivo de saquear e causar tumulto.

A Lenda Fantasiosa

Segundo o conto, São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, então um seminarista, teria confrontado os bandidos e salvado uma jovem prestes a ser violentada. Desarmado, ele teria desarmado dois mercenários e acertado uma lagartixa a vários metros de distância com sua mira precisa. Diante desse feito, os bandidos teriam recuado e deixado a cidade em paz.

Falta de Evidências Históricas

Embora seja uma história cativante, não há respaldo histórico para ela. A primeira aparição desse relato foi em uma biografia escrita por Godfrey Poage, um sacerdote passionista, que admitiu ter inventado alguns episódios para tornar a história mais interessante.

Nenhum outro biógrafo importante de São Gabriel cita esse episódio, e nem mesmo as memórias escritas pelo superior do santo fazem menção a ele. Além disso, em 1860, ano em que supostamente ocorreu o incidente, São Gabriel estava sofrendo dos estágios finais de tuberculose, o que torna ainda mais improvável a veracidade dos eventos descritos.

Persistência do Mito

Apesar da falta de evidências históricas, a história persiste, impulsionada pela St. Gabriel Possenti Society, uma organização americana que defende o porte de armas e busca que a Santa Sé reconheça oficialmente São Gabriel Possenti como padroeiro dos atiradores.

 

 São Gabriel de Nossa Senhora das Dores rogai por nós. 

 

 

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